Desde 1961 a ciranda faz parte de todas as festas folclóricas do Recife. É uma dança de roda, cantada e dirigida pelo "Mestre Cirandeiro", responsável por tirar as cantigas (improvisar os versos). Forma-se uma roda e de mãos dadas todos seguem na batida do 'bumbo' ou 'zabumba'. Os participantes são denominados de cirandeiros e cirandeiras, também participam da dança o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Os dançadores rodam balançando o corpo à medida que fazem o movimento de translação em sentido anti-horário. A coreografia é bastante simples: no compasso da música, dá-se quatro passos para a direita, começando-se com o pé esquerdo, na batida do bombo, balançando os ombros de leve no sentido da roda. Há cirandeiros que acompanham esse movimento elevando e baixando os braços de mãos dadas.O ganzá, o bombo e a caixa formam o instrumental básico de uma ciranda tradicional. Às vezes, encontram-se ainda a cuíca, o pandeiro, a sanfona, ou algum instrumento de sopro. As músicas cantadas pelo mestre podem ser aquelas já decoradas ou improvisações, ou até mesmo canções populares desenvolvidas em ritmo de ciranda. Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para juntar-se ao grupo.
Uma das cirandas mais conhecidas é a de Antônio Baracho da Silva:
Estava
Na beira da praia Ouvindo as pancadas
Das águas do mar
Esta ciranda
Quem me deu foi Lia
Que mora na ilha
De Itamaracá